Cultura de doação não é sobre aquilo que eu não tenho; é sobre aquilo que podemos compartilhar. Nunca é sobre aquilo que nos limita, é sempre sobre o que nos transcende.
Não é sobre rezar todo dia, maquinalmente, perante o altar interior do próprio ego; é sobre encarnar e semear os mandamentos ecumênicos do amor no cotidiano exterior.
Não é sobre usar e abusar das redes sociais para ostentar caprichos individuais; é sobre entender que sua comunicação e mobilização digital tem poderes coletivos valiosos e gratuitos.
Não é sobre cruzar os braços, fechar os olhos e jogar a toalha; é sobre estender a mão, emprestar o ombro, fazendo sua parte na evolução do todo, mesmo que a grande maioria se omita.
Não é sobre transformar doações em moeda de troca e retorno pessoal, conjugando sempre o “eu” antes do “nós”; é sobre servir incondicionalmente, e não se servir instrumentalmente.
Não é sobre pagar impostos de forma compulsória e confundir obrigação fiscal com solidariedade; é sobre praticar sua cota cívica de responsabilidade a serviço espontâneo do bem comum.
Não é sobre julgar e condenar a priori as necessidades e privações do próximo; é sobre, primeiramente, buscar compreender, iluminar e amenizar suas dores, problemáticas e contextos.
Não é sobre doar apenas quando o amigo lembra pela terceira vez; é sobre incluir sempre que possível a cultura recorrente de doação financeira no seu orçamento pessoal ou familiar
Não é sobre querer aparecer ou se mostrar superior; é sobre despertar, proteger, alimentar e expandir a empatia divina e a energia espiritual da dádiva que dormita em cada ser.
Não é sobre curtir celebridades, se emocionar com ficções ou comentar lances diários das grandes autoridades; é nunca esquecer que “mudar o mundo” começa dentro de você.
( Poeta do Social )
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